quinta-feira, 21 de abril de 2011

Vergonha

Que vergonha estou sentindo do povo brasileiro. Hoje 21 de Abril, Dia de Tiradentes. Ninguém falou absolutamente nada do nosso mártir da Independência. Nem governo, nem jornais, nem telejornais e nem esse povinho que só está interessado em feriados prolongados. Sinto muito por você BRASIL.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Coleção ou juntação?


Essa, sem duvida é uma das coisas mais intrigantes da espécie humana.
A gente começa desde criança a juntar coisas as mais diversas possiveis.
Começamos com bichinhos pelúcia que ganhamos quando nascemos. Quando começamos a engatinhar, coletamos tudo que aparece pela frente e guardamos (às vezes na bôca) para posterior análise.
Quando passamos para a fase mais ereta, tentamos pegar aquilo que está ao nosso alcance (a famosa fase do 1 metro). Traduzindo, tudo o que estiver a até um metro de altura está dentro do nosso raio de ação.
Certa vez fui na casa de um amigo que tinha tido um filho a pouco tempo e a casa dele era (note bem: ERA) cheia de enfeites e coisinhas pelas mesas de centro e das laterais de sofá e poltronas em estilo vitoriano. Quando entrei e vi aquele manancial de encrenca só esperando por ávidos dedinhos, avisei esse amigo sobre a situação (era o primeiro filho dele). Depois de ter explicado a situação, ele me respondeu como se tivesse tudo no mais completo controle. “Meu filho é muito bonzinho, ele não vai pegar nada, pois a nossa educação vai fazer com que ele entenda que isso não é coisa que se faça”. Dez minutos depois, eu já havia parado de rir e estava conseguindo tomar fôlego. Eu avisei que tentar fazer uma criança entender esse tipo de coisa nessa idade é como tentar tirar leite de uma pedra, mas, deixei-o na ilusão.
Retornando à casa dele em torno de 3 a 4 meses depois, me deparei com uma cena impressionante. Não havia nada, absolutamente nada a menos de 1 metro do chão. Olhei para ele e não precisei dizer nada. O jeito com que o olhar dele encontrou o meu já dizia tudo. O pequeno furacão havia feito um estrago generalizado nos pequenos e frágeis enfeites que decoravam aquela sala, pelo que a esposa dele me disse posteriormente.
Voltando a falar de juntar coisas, o Homo Sapiens sempre foi um animal coletor e nós não podemos deixar de ser como nossos ilustres antepassados.
Por um motivo ou outro, sempre juntamos e guardamos as coisas que nos atraem (úteis ou não), seja o que for, figurinhas, tampinhas de refrigerante, bolas de gude, caixas de fósforos (quando existiam em grande variedade), selos, moedas, maços de cigarro, etc, etc, etc......
Por alguma razão que desconheço (talvez para calar a boca daqueles que chamavam nosso estoque de coisas interessantes de lixo), começamos a chamar de coleção aquelas juntações mais especializadas, ou seja, que tinham um único tipo de elemento em variadas configurações e formas, mas eram basicamente a mesma coisa.
Eu por minha vez, gosto de material militar, livros sobre historias de guerra (qualquer uma), equipamentos que os soldados usavam para as várias funções que desempenhavam (as pequenas maravilhas que um soldado carrega junto ao corpo). Não me refiro às armas, pois elas, na realidade, tem uma única função, mas às outras coisas, como facas de sobrevivência, bolsas, embornais, mochilas, cintos, porta coisas às mais diversas. Como digo para um amigo que também é do ramo: Os famosos “porta trecos”.
Ao longo dos anos (e não são poucos), fui juntando uma quantidade de coisas de uso pessoal de soldados, que daria para abastecer um pequeno destacamento militar, mas não me desfaço de algumas delas de jeito nenhum e se der eu ainda arranjo mais. O mais interessante é que esse tipo de coisa atrai outras coisas do mesmo tipo. Explico: como minha família e amigos sabem dessa especialização (mania), as coisas que eventualmente encontram ou acham num armário de algum parente que faleceu, acaba vindo parar nas minhas mãos, para desespero da minha esposa, que tenta achar algum lugar para guarda-las.
Não me considero um colecionador, pois as peças que tenho não são raridades inestimáveis (com produções limitadas), mas tem uma coisa em comum: Todas foram usadas (pouco ou muito) por soldados reais em situações reais. Nenhuma reprodução moderna. Praticamente todas vieram da família e de amigos, por isso o valor que elas têm para mim. Foram pessoas próximas que as usaram orgulhosamente no cumprimento do dever para com a Pátria que acolheu seus antepassados que fugiam de ditadores ou procuravam uma vida nova e melhor para sua família, a muito tempo atrás.
Por isso, eu não digo que tenho uma coleção de artefatos militares e sim que sou o guardião temporário de materiais que simbolizam a coragem e desprendimento de indivíduos que arriscaram tudo por seus entes queridos e pela Nação que os protege.